segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A sua família cavaria a sua própria sepultura?


    Muitos (talvez não todos) dos que lêem este livro estão bem distante da ameaça de martírio. Contudo, as palavras de Jesus têm de ser ouvidas por todos. Dias virão em que elas serão mais relevantes do que parecem hoje. E, mesmo em nossos dias, as palavras de Jesus são tremendamente importantes para milhares de cristãos. David Barret estima, em suas pesquisas anuais, que 164.000 cristãos morreram como mártires todos os anos, no século XX, o qual é provavelmente o mais sangrento de todos os séculos. Isso não deve surpreender a nenhum verdadeiro cristão. “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo” (1 Pedro 4.12).

            Todos devemos ouvir as palavras de Jesus: Antes, porém, de todas estas coisas, lançarão mão de vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome; e isto vos acontecerá para que deis testemunho. E sereis entregues até por vossos pais, irmãos, parentes e amigos; e matarão alguns dentre vós. Contudo, não se perderá um só fio de cabelo da vossa cabeça. É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma (Lucas 21.12-13, 16, 18-19).

            Sem dúvida, será difícil não somente morrer por Cristo às mãos de homens injustos, mas também ter os membros de nossa própria família, à semelhança de Judas, nos entregando com um beijo. Todavia, haverá outras histórias. Nem todas as famílias falharão naquele tempo. Algumas se revelarão como ouro. Ouvir a respeito dessas famílias e da fé exercida por tais
pessoas ajudarão a você e a seus amigos e familiares a ficarem preparados. Quero contar-lhe a história da família Haim, do Camboja. No vilarejo de Siem Riep (no Camboja), Haim, um mestre cristão, “sabia que os jovens soldados comunistas, de traje preto, ao atravessarem os campos, agora vinham buscá-lo... Haim já tinha determinado que, ao chegar a sua vez, morreria com dignidade e
sem queixas. Desde a “Libertação”, em 17 de abril de 1975, qual o cambojano que não pensara neste dia?... Toda a família de Haim estava reunida naquela tarde. Eles eram “a velha caspa”, “o sangue
ruim”, “inimigos da revolução gloriosa”, “agentes da CIA [Central Intelligence Agency]!” Eles eram cristãos.

            A família passara a noite acordada, confortando-se mutuamente e orando uns pelos outros, enquanto permaneciam amarrados juntos, na grama úmida, debaixo de algumas árvores. Na manhã seguinte, os jovens soldados retornaram e os levaram de seu Getsêmani ao lugar de execução, aos “campos de extermínio”... A família recebeu ordens de cavar uma sepultura bem ampla, para eles mesmos. Então, concordando com o pedido de Haim, de se prepararem, por alguns momentos, para a morte, pai, mãe e filhos, com mãos unidas, ajoelharam-se ao redor da cova aberta. Com súplicas altissonantes a Deus, Haim começou exortando tanto os soldados como todos os que os olhavam de longe a se arrependerem e crerem no evangelho.

Então, em pânico, um dos filhos mais novos de Haim se colocou de pé, correu em direção aos arbustos dos arredores e desapareceu. Haim se levantou e, com admirável frieza e autoridade, prevaleceu em convencer os soldados a não perseguirem o menino e a permitirem que ele o chamasse de volta.

            A aglomeração de espectadores que observavam ao redor das árvores, os soldados e a família pasmada, ainda de joelhos à beira da cova, olhavam com admiração, enquanto Haim começou a chamar o seu filho, rogando- lhe que retornasse e morresse junto com sua família.

             “Que comparação”, bradou Haim, “ganhar apenas mais alguns dias na selva, como um fugitivo, um miserável e solitário, em vez de unirse à sua família, momentaneamente ao redor da sepultura, mas em breve ao redor do trono de Deus, livres para sempre, no Paraíso?” Depois de alguns minutos de tensão, alguns arbustos foram abertos, e o rapaz, chorando, caminhou lentamente ao seu lugar, entre os familiares ajoelhados. “Agora, estamos prontos para ir”, disse Haim aos soldados.

            Poucos dos que presenciaram esse acontecimento duvidaram que as almas daqueles cristãos, cujos corpos tombaram silenciosamente à cova que eles mesmos abriram, ascenderam ao céu, a um lugar preparado pelo Senhor deles (Don Cormack, Killing Fields, Living Fields: An Unfinished Portrait of the Cambodian Church — the Church That Would Not Die, Crowborough, England: Monarch Publications, 1997, p. 233-234).

            Haim e sua família não morreram em vão, e nada nos intimidará, se você e eu formos motivados a fixar nossos pensamentos nas coisas que são do alto, para amarmos a Cristo mais do que a este mundo e sermos tão radicalmente livres para o amor, o testemunho e a coragem, na causa da verdade.

Que Deus possa abençoar a sua vida e família.

Pr. Dinei Morais
Igreja Ágape de Atibaia


Transcrito na integra do livro “Provai e Vede” de John Piper – Editora Fiel

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Quando o querer e o dever não se harmoniza

Quando o querer e o dever não se harmoniza.
Vivendo entre a permissão e a hipocrisia

Se o seu “querer” não se conforma com o “dever” estabelecido por Deus, o que você pode fazer para ter paz? Vejo pelo menos cinco estratégias possíveis.

1.    Você pode evitar pensamentos sobre o “dever”. Esta é a estratégia mais comum no mundo. Muitas pessoas simplesmente não dedicam energia para considerar o que deveriam estar fazendo e não o estão fazendo. É mais fácil apenas deixar o rádio tocando.

2.    Você pode reinterpretar o “dever”, para que este se pareça com o seu “querer”. Isto é um pouco mais sofisticado; portanto, não é muito comum. Geralmente exige uma educação especializada, para ser feito com credibilidade; ou, a graduação em um seminário pode fazer isso com requinte. (Eu acredito firmemente tanto na educação especializa- da como no seminário!)

3.    Você pode reunir os poderes da sua vontade para realizar uma forma de “dever”, embora não tenha o “querer” em seu coração. Isso parece muito bom e, freqüentemente, é mal interpretado como uma virtude, até por aqueles que o fazem. De fato, há uma filosofia que diz: “O dever sem o querer é a essência da verdadeira virtude”. O problema desta filosofia é que Paulo disse: “Deus ama a quem dá com alegria” (2 Coríntios 9.7). Isso coloca os que contribuem por “dever” em uma situação precária.

4.    Você pode sentir contrição pelo fato de que o seu “querer” é muito pequeno e frágil — como um grão de mostarda. Depois, se você tiver a capacidade, cumpre o “dever” pelo esforço da vontade, enquanto lamenta que seu “querer” seja fraco e ora para que este logo seja restaurado. Talvez este até seja restaurado enquanto você realiza o “dever”. Isto não é hipocrisia. A hipocrisia oculta a ausência do “querer” e finge que ele existe. A virtude confessa o desejo deficiente na esperança de que a graça perdoará e restaurará.

5.    Por meio da graça, você pode buscar a Deus, para que Ele lhe dê o “querer”, de modo que, chegando o momento de cumprir o “dever”, você terá o “querer”. Em última instância, o “querer” é um dom de Deus. “A mente da carne é hostil para com Deus... e não é capaz de submeter-se à lei de Deus” (Romanos 8.7 — tradução do autor). “O ho- mem natural não pode entender as coisas do Espírito de Deus... por que elas são apreciadas espiritualmente” (1 Coríntios 2.14 — tradução do autor). “Na expectativa de que Deus lhes conceda... o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade” (2 Timóteo 2.25).



            A doutrina bíblica do pecado original se resume nisto (emprestado de Agostinho): Somos livres para fazer o que gostamos, mas não somos livres para gostar do que deveríamos gostar. “Pela desobediência de um só homem [Adão], muitos se tornaram pecadores” (Romanos 5.19). Esta é a nossa condição. E sabemos, com base em nosso próprio coração e nas Escrituras, que somos responsáveis pela corrupção de nosso “querer”. De fato, quanto melhor nos tornamos, tanto mais nos envergonhamos de sermos maus, e não apenas de fazermos o mal. Como disse N. P. Williams: “O homem comum pode sentir-se envergonhado de praticar o que é errado, mas o santo, capacitado com o aprimoramento superior de uma sensibilidade moral e poderes perspicazes de introspecção, se envergonha de ser o tipo de pessoa que está sujeito a praticar o que é errado” (citado em Edward Oakes, “Original Sin: A Disputation”, First Things, no 87, novembro de 1998, p. 24).


            A obra soberana e espontânea de Deus em mudar o coração é a nossa única esperança. Portanto, temos de pedir-Lhe um novo coração. Temos de orar para que Ele nos dê o “querer” — “Inclina-me o coração aos teus testemunhos e não à cobiça” (Salmos 119.36). “Alegra a alma do teu servo, porque a ti, Senhor, elevo a minha alma” (Salmos 86.4). Deus prometeu fazer isto: “Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos” (Ezequiel 36.27). Isto é a nova aliança comprada com o sangue de Jesus (ver Hebreus 8.8- 13; 9.15). “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hebreus 4.16).

Qe Deus abençoe ricamente a sua vida e família

Pr. Dinei Morais
Igreja Ágape de Atibaia

Extraído do Livro "Provai e Vede" de John Piper - Editora Fiel

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Dez coisas que aprendi com meu Pai

            Quando meu pai me convidou para falar em seu banquete de “não aposentar-se” (embora estivesse se aposentando, perante a lei) aos oitenta anos de idade, eu não tive de orar sobre o assunto. Não havia dúvidas quanto à vontade do Senhor. Um filho sempre dirá “sim” e honrará seu pai. Contei aos convidados que diria estas palavras no funeral de meu pai, mas que era uma grande honra e alegria poder dizê-las na presença dele. Agora estou publicando-as, para que outros as leiam, quando ele ainda está vivo e serve no ministério. Que esta honra se propague. Deus tem sido gracioso para comigo.

1. Quando as coisas não acontecem do modo desejado, Deus sempre as faz concorrer para o bem.

            Em nosso lar, Romanos 8.28 era tão proeminente como João 3.16. Eu o aprendi dos lábios de meu pai: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. Isso se tornou o alicerce de minha vida. É assim que Deus é. A vida é árdua. Deus é soberano. Deus é bom.

2. Podemos confiar em Deus.

            Meu pai nunca murmurou ante as providências de Deus, nem mesmo quando Ele levou mamãe aos cinquenta e cinco anos de idade. Foi uma perda imensa. A tristeza foi demorada. Mas nunca duvidamos de Deus. “Neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer o homem?” (Salmos 56.11).

3. As pessoas estão perdidas e precisam ser salvas por meio da fé em Jesus.

            Meu pai era um evangelista. A sua ausência de casa, em viagens evangelísticas, durante quase um terço de minha vida, incutiu-me uma mensagem primordial: o inferno é real e terrível, e Jesus é um grande Salvador. Mamãe sempre sugeriu que a ausência de papai era um privilégio glorioso que tínhamos de apoiar. Naquela época, nunca pensei em ressentir-me de sua necessidade de ausentar-se, como não o penso até hoje.

4. A vida é precária e preciosa. Não presuma que certamente amanhã você estará vivo. Não desperdice a sua vida hoje.

            “Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hebreus 9.27). Ouvi meu pai dizer estas palavras muitas vezes, enquanto pregava. Eram palavras ameaçadoras e, ao mesmo tempo, boas para mim. “Não te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará à luz” (Provérbios 27.1). Papai sabia — por isso, eu também sabia — muitas histórias de jovens que haviam sido mortos antes de estarem prontos para se encontrarem com Deus. O mundo era um lugar muito sério onde cresceríamos.


5. Um coração feliz é como um remédio excelente, e Cristo é Aquele que satisfaz o coração.

            Meu pai era e continua sendo o homem mais feliz que já conheci. Em um sermão intitulado “Salvo, Seguro e Satisfeito”, ele disse: “Ele é Deus. Quando confiamos nEle, temos o próprio Deus e tudo o que Ele possui. Não podemos ser nada além de pessoas satisfeitas com a perfeita plenitude de Cristo”. No que diz respeito ao amor pelas coisas espirituais, nosso lar foi o mais feliz que já conheci.

6. Um crente é um grande realizador, e não um grande proibidor.

            Éramos fundamentalistas — procurando viver sem arrogância. E tínhamos nossa lista de coisas proibidas. Mas isso não era o mais importante. Deus era o mais importante. E Deus era digno de tudo.

7. A vida cristã é sobrenatural.

            O viver cristão não é possível sem o Espírito Santo, que age em resposta à oração. Em minha memória não há uma noite em que minha família não orou reunida, à medida que crescíamos.

8. A doutrina bíblica é importante, mas não surre as pessoas com essa doutrina.

            Papai lamentava pelas escolas e pessoas da família que dividiam aquilo que a Bíblia mantém junto: Falar “a verdade em amor” (Efésios 4.15). Verdade e amor. Esta é uma ótima união. Mantenha-os juntos, filho.

9. Respeite sua mãe.

            Se quiséssemos ver papai irado, era só falarmos insolentemente com mamãe. “Honre a sua mãe” é o que Deus ordena. E papai sabia o preço que ela pagava por concordar que ele viajasse. Ai do filho que falasse uma palavra depreciadora desta grande mulher!

10. Seja aquilo para o que Deus o criou, não seja outra pessoa.

            Se você é baixo, forme um time chamado “Batatinhas Difíceis de Descascar”. Ele nunca me pressionou a ser um pastor. Filho busque a vontade de Deus acima de todas as coisas. E seja aquilo para o que Deus o criou. Escrevo com profunda afeição. Muito obrigado, papai!

Que Deus abençoe a sua vida e família.

Pr Dinei Morais
Igreja Ágape de Atibaia


Extraído do livro “Provai e Vede”- John Piper – Editora fiel - 2008

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Porque Você Imagina O Que Imagina?


 Porque, como imaginou na sua alma, assim é…
Provérbios 23:7

Porque você imagina na sua alma que você pode ser chamado filho de Deus?  Jesus

Porque você imagina na sua alma que você tem vida eterna?  Jesus

Porque você imagina que pode beber de uma fonte de água viva jorrando na sua vida interior?  Jesus

Porque você imagina que pode sempre comer o pão da vida?  Jesus

Porque você imagina que pode superar os erros humanos? Jesus

Porque você imagina que pode ver o caminho?  Jesus

Porque você imagina que tem vida abundante?  Jesus

Porque você imagina que conhece a verdade?  Jesus

Porque você imagina que nunca morrerá?  Jesus

Porque você imagina que pode servir os outros?  Jesus

Porque você imagina que pode perdoar 70X7?  Jesus

Porque você imagina que é sal da terra?  Jesus

Porque você imagina que é luz do mundo.  Jesus

Porque você imagina que pode descansar?  Jesus

Se somos como nos imaginamos na nossa alma, devemos focar em Jesus!


Carlos McCord
Presidente do Ministério Permanecer

Olhos bem abertos para Cristo

Eles se aproximaram de Filipe, que era de Betsaida da Galiléia,
com um pedido: “Senhor, queremos ver Jesus”. João 12:21

Viver a vida cristã verdadeira somente acontece se vivermos com olhos bem abertos para Cristo. Temos que ver com olhos bem abertos o amor de Cristo em nosso mundo interior. Simultaneamente temos que ver a nós mesmos como o amor de Cristo encarnado (fazendo-se visível e disponível) no mundo exterior dos homens.
Somente vendo claramente Cristo nos amando na nossa vida interior podemos ver simultaneamente a nós mesmos como o amor diário de Cristo para outras pessoas no nosso mundo exterior. O amor de Cristo chegar na vida daqueles que Cristo ama no nosso mundo exterior é sempre fruto de ver Jesus nos amando no nosso mundo interior.
Um monge hindu mergulha profundamente no seu mundo interior buscando contato com Deus. Ele desaparece do mundo exterior completamente. Enquanto ele mergulha, as pessoas do seu mundo exterior vivem sem a sua presença ou amor.
Monges cristãos vivem em mosteiros separados de contato com o mundo exterior para dedicar-se ao mundo interior. Ficam separados da entrega do amor na vida daqueles que vivem na parte exterior do mosteiro.
Um discípulo de Jesus pode andar no Espírito com seus olhos bem abertos para Cristo simultaneamente no o mundo interior e exterior. Um discípulo permanecendo no amor contínuo de Cristo na sua vida interior pode se tornar simultaneamente o amor de Cristo encarnado no seu mundo exterior.
Quem crer em mim, como diz a Escritura,
do seu interior fluirão rios de água viva”.
João 7:38
 
E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu.
Romanos 5:5
 



Somente vendo Cristo nos amando dentro de nós - com olhos bem abertos - o discípulo consegue ver o mundo exterior também com olhos bem abertos e amar plenamente quem Cristo quer amar no mundo onde o discípulo vive. Jesus viveu com os seus olhos bem abertos vendo o amor do seu Pai no seu mundo interior e simultaneamente amando o mundo exterior. Nós também podemos porque somos amados em Cristo!


Viva no Espírito!  Assim, de olhos abertos para Cristo, você pode viver como uma encarnação exterior do amor de Cristo que habita em você e ama você interiormente. Viva com os seus olhos bem abertos para Cristo - para dentro e para fora.

Carlos McCord
Presidente do Ministério Permanecer